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12 de novembro de 2009

Igreja: comunidade profética, encarnação do Evangelho do Reino!


Qualquer comunidade de fé saudável constitui-se em uma igreja atuante que influencia a sociedade da qual faz parte. Foi assim nos primórdios da igreja e também no período da reforma; dois grandes marcos na história da cristã.

Existindo debaixo de um tempo em que impera o individualismo, a igreja não pode permitir que a mensagem do Evangelho seja relegada ao plano subjetivo, ou seja, não se pode permitir que a espiritualidade cristã, seguindo o curso deste tempo, fique restrita ao campo da individualidade e satisfação do ego humano.

Pode-se perceber, ao meditar nas sagradas letras, que o plano de Deus nunca fora gerar um bando de ermitões desgarrados pelos quatro cantos do mundo, nem tampouco que estivéssemos em meio às multidões sem, contudo, nos conectarmos uns aos outros, permanecendo dispersos e solitários, ainda que acompanhados.

Isto posto, pode-se entender que a igreja é constituída de um grupo de pessoas resgatadas do pecado a fim de vivenciar, agora (já), um Reino ainda não consumado (ainda não). É exatamente o que diz o insigne teólogo britânico John Stott, em seu livro Ouça o Espírito, Ouça o Mundo (ABU Editora). Assim, ao entender o propósito de ser da igreja, passamos a compreender como devemos agir em sociedade.

E como devemos agir? É mais fácil começar pelo "como não devemos agir". A espiritualidade cristã não deve estar restringida ao paradigma culto-templo-clero. Isto é, uma igreja saudável não gerará crentes que dependam do culto, do tempo e do pastor para exercer sua espiritualidade. Isso não significa que eles não serão assíduos nas programações comunitárias. Pelo contrário, estes deverão tomar papel de grande importância levando a comunidade local a interagir com a sociedade de forma a tornar a igreja relevante, presente e manifestadora do Reino.

Ora, quando isso acontece, esta comunidade passa a exercer seu chamado profético. Posto que vivencia uma realidade ainda não instaurada em sua plenitude. São como militantes de um governo que ainda há de se implantar, mas que, no entanto, já está a florescer mesmo na vigência do atual governo que virá a ser suplantado.

Como seria este tal chamado profético da igreja? Com base no que pode ser lido nos Evangelhos (principalmente) e no restante dos livros da bíblia, este chamado, ao meu ver, possui duas facetas. A primeira faceta da igreja enquanto comunidade profética é que ela é portadora de uma mensagem de conciliação e redenção, em Cristo Jesus. A outra característica, a segunda faceta, é que ela também porta em sua mensagem o anúncio do juízo. Sendo assim, a igreja responde ao seu chamado profético quando oferece conciliação e redenção aos oprimidos, pobres, pecadores, e toda sorte de seres humanos que decidem se render ao Evangelho; por outro lado, constituindo parte também essencial em sua missão, ela aponta para um juízo vindouro que há de cobrar duras penas aos criminosos, corruptos, opressores e toda sorte de homens que rejeitarem a mensagem do Evangelho, rejeitando, desta forma, a Deus e ao próximo!

Quando uma comunidade cristã leva a sério seu chamado, ela passa agir de modo a anunciar estas coisas, ou melhor, estas duas mensagens. Vale ressaltar que isto vai muito além de participar de marchas, cultos públicos e qualquer tipo de eventos evangélicos os quais, na maioria das vezes, apenas festejam o crescimento evangélico e realizam orações ditas proféticas, mas que, no entanto, ocorrem desacompanhadas de uma práxis engajada que vá de encontro com o mal que se está repreendendo.

Basta olhar para a igreja primitiva para entender do que falo. Nos relatos do livro de Atos dos Apóstolos, por exemplo, o médico Lucas nos mostra uma igreja viva, ativa e com atos que refletiam na sociedade local ao ponto de ser mencionado que eles caíram na graça do povo (Atos 2. 47). Há também relatos históricos posteriores, datados de um período em que o Império Romano fora maltratado por uma terrível peste, constando que os líderes romanos estavam surpresos pelo fato de que, não obstante os males que atingiam a população do Império, os cristãos cuidavam não somente dos seus, mas também atentavam para os próprios romanos não-crentes.

Em suma, uma igreja bíblica é a que encarna o Evangelho de forma Integral, esta sim é comunidade profética e pode dizer: "O ESPÍRITO do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; a apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a consolar todos os tristes; a ordenar acerca dos tristes de Sião que se lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado. E edificarão os lugares antigamente assolados, e restaurarão os anteriormente destruídos, e renovarão as cidades assoladas, destruídas de geração em geração..." (Isaias 61. 1-4)


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Postado por Humberto Ramos, editor do blog Visão Integral, e articulista subversivo do Púlpito Cristão, postado em Blog Renato Jr.

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