Se eu escolhesse este ou aquele político, dentre os dois candidatos que atualmente estão na disputa pelo segundo turno, com certeza seria como pegar um ovo podere no meio de uma cesta de ovos podres. E todos sabem o que acontece...O problema não é que alguns políticos são podres. O problema é que a maioria está com costumes apodrecidos. Basta ver como votam e se protegem uns aos outros. Como conservam seus privilégios e suas impunidades até por crimes comuns. Por isso, voto nulo: quero dizer com meu voto que sou contra a podridão e não contra este ou aquele político podre.
Já é sabido que há muito tempo o país não sofre grandes alterações na política e que a plutocracia impera desde a queda do regime militar. Não há candidatos realmente sérios e a história está aí para provar a tese de que os políticos jamais se preocupam com outras coisas além deles mesmos.
Seria inconcebível que se alguém fosse contra a pena de morte participasse da eleição do carrasco, não é mesmo?
E já imaginou se o argumento fosse o de escolher um carrasco mais simpático...ou mais humano?
É quase a mesma coisa. Se você é contra a corrente que te ataram ao pescoço, não se trata de escolher quem vai segura-la, mas encontrar uma forma de se livrar dela...e de todos os que querem atar correntes em teu pescoço e segura-la.
E quanto à fé católica de José Serra? Ele mesmo se encarregou de comprová-la, ao mostrar, numa de suas propaganda eleitorais, foto em que faz a primeira comunhão. É também um bom católico desde criança! Tudo bem. Mas o que fazer dos eleitores protestantes, muçulmanos, maçons, judeus… e os ateus?
Na verdade, tanto a foto de Serra preparando-se para engolir sua primeira hóstia, quanto a imagem de Dilma na catedral, só provam que ambos não estão preparados para o cargo que buscam nas urnas – o de presidente de todos os brasileiros, independentemente de sua religião, pois este é um país laico, como garante a Constituição da República.
Meu voto nulo não resolve, mas já é um começo. É um recado claro de que já sabemos que não adianta só eleger. Que queremos fiscalizar, que queremos voto optativo, que queremos o fim da impunidade, que queremos poder tirar de lá quem nos enganou, que queremos votar as nossas leis, que queremos menos impostos, menos governo, que queremos partidos responsáveis, que queremos poder eleger candidatos independentes dos partidos, que queremos ser cidadãos e não súditos. O Voto Nulo é só um recado. É só um começo. Mas já é alguma coisa. É o começo de uma tomada de consciência.
Resta portanto ao eleitor definir em qual deles deve depositar a sua confiança. Sinceramente, não confio no neoliberalismo de FHC. Também não acho confortável para nós a posição de Lula ao ofertar-nos a Dilma. Questão é que se Dilma for mal, bom pro Lula; se for bem, mérito dele, então o nosso presidente não tem nada a perder neste jogo e isso é perigoso. Esse raciocínio me deixa em dúvida sobre em quem votar. Para não cair no erro de ter que decidir no:
Une…Dune…Tê…
Salamê… Minguê
Um sorvete colorido
O escolhido foi… Você.
Renato Anesio da Costa Junior editor do Blog Renato Jr.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Caro leitor,
(1)Reservo o direito de não públicar criticas negativas de anônimos. Quer criticar e ter a sua opinião publicada? Identifique-se. (2) Discordar não é problema. É solução, pois redunda em aprendizado! Contudo, com educação. Sem palavrão! (3) Ofereça o seu ponto de vista, contudo, a única coisa que não aceitarei é esta doutrina barata do “não toque no ungido” do Senhor. Querendo aprender sobre o direito de julgar, leia estes artigos:
Não julgueis para que não sejais julgados. Como é isso?
Julgando os críticos ou criticando os juízes?
O conselho de Gamaliel e o pensamento Cristão
Nele,
Renato Jr.