Cada dia somos surpreendidos com novos conhecimentos e aprendizados, uns que nos trazem sabedoria e outros são apenas novas curiosidades.
Pela manhã ouvindo o rádio, descobri que hoje dia 11/03/2011 completa-se 100 anos que foi lançada em Paris e utilizada pela primeira vez no Brasil a JUPE CULOTTE, ou melhor dizendo a Saia Calça.
Mais o que de interessante existe nisso? O que esse fato histórico pode trazer de análise ou reflexão?
Quando fui ler sobre a história do lançamento da Jupe Cullote, descobri que a mema quando foi lançada em Paris revolucionou a vestimenta feminina. A jupe culotte era uma novidade pois ajustava-se ao corpo (ao contrário dos vestidos de saias largas usados até então), realçando as curvas femininas. Uma socialite carioca, quando o Rio de Janeiro ainda era capital federal, decidiu vestir a última moda em Paris e, certa de sua aparência e status social, caminhou pelas ruas.
Foto da senhora em questão, tirada em 1911, vestindo a jupe culotte,cercada por uma multidão
Pois bem, que esta senhora foi vaiada, agarrada pela gentalha e pelos nobres senhores, quase despida em público e quase linchada. A dita senhora só foi salva pois encontrou abrigo numa loja tradicional de tecidos na rua do Comendador.
O interessante que um fato atual, fez com que uma jovem de mini-vestido Pink, se torna-se “celebridade” por usar um micro vestido.
Não sendo puritano ao extremo, mais fico a pensar que cada dia que passa as saias ficam menores, ou como dizia minha mãe, estão mais para cinto do que para saia.
Hoje o “certo” é defender a proliferação de músicas e danças que denigrem a imagem da mulher, e apesar disso, muitas as ouvem, cantem e dancem sem notar o quanto estão sendo banalizadas.
Nos meados do início do século passado, as mulheres eram chamadas de Damas, hoje são “cachorras”, “popozudas”, “piriguetes”, e por ai vai.
O pior é que isso esta cada vez mais precoce, é comum vermos crianças cada vez mais novas cantando e dançando ao som de refrões carregados de sexualidade, utilizando roupas e calçados impróprios para essa fase. As músicas erotizadas se tornam febre entre meninos e meninas em todo o país, mesmo sem muitas vezes terem conhecimento do que estejam ouvindo ou dançando. Mas qual a influência dessas músicas no desenvolvimento da criança? De que modo a letra de uma canção pode influenciar o comportamento infantil?
Segundo alguns psicologos as músicas com uma carga sexual muito forte aliadas a coreografias sensuais fazem com que as crianças tenham acesso a elementos que não são adequados a sua faixa etária, induzindo comportamentos inadequados, levando-os a iniciação sexual cada vez mais jovem.
Concordo que a música tem um papel importante nos aspectos afetivo e social de meninos e meninas desde a primeira infância, período que vai do nascimento aos seis anos de idade. Além disso, ela funciona como meio de inserção e identificação cultural entre elas, no entanto, essas letras e danças erotizadas fazem com a sexualidade, entendida como elemento presente em todos os estágios de desenvolvimento do indivíduo, se volte para o sensual, o erótico e o excitante, quando deveria ser canalizada para a construção das emoções, das relações sociais, da experimentação de papéis e do desenvolvimento da afetividade.
O acesso precoce a esse tipo de produto cultural faz com que a criança deixe de vivenciar a infância e aquilo que é próprio da fase, que é o brincar. Com a banalização do sexo, a percepção da criança é alterada.
Fomos de um quase linchamento por uma mulher usar uma Saia-Calça a Febre da mini saia.
Renato Jr. Blogueiro, articulista, teólogo em formação
A triste e gritante realidade. Articulaste muito bem sobre o assunto, Renato.
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